domingo, 25 de maio de 2008

Contribución al estudio de la bruma

Félix Pita Rodríguez (Cuba, 1909-1990)

A Gustavo Eguren
que las ha visto


Las gaviotas nocturnas son de austeras costumbres.
Generalmente anidan en las ramas más altas
de los cierzos perdidos del invierno. Se alimentan de escarcha,
de los frutos maduros de la niebla y de las taciturnas
flores de la esperanza. Son calladas y mueren con frecuencia
víctimas de esa fiebre de incurables nostalgias
que diezma a los delfines más australes.
No tienem descendencia.

Se reproducen solas, de las plumas que pierden
las tormentas que a veces se extravían,
cuando imprudentes cruzan, sin las cartas de ruta,
por las noches polares.
Jamás hablan de amor,
desconocen la guerra, y tienen la costumbre de la duda.

Su extinción causaría daños irreparables,
pues sólo ellas conocen las fórmulas secretas
de las destilaciones del sudor de agonía,
recogido en las frentes de aquellos que murieron,
víctimas de la cólera de las grandes tormentas,
en las noches más frías.
Sudor que destilado según viejas fórmulas
que custodian severas las gaviotas nocturnas,
produce los aceites esenciales
con los que gota a gota se fabrica la bruma.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Passeio noturno

Beleza aguda é angústia na memória das retinas. Mas o olho da lua se abre no céu, e é quase como se faltasse alguma coisa naquela despreocupada imensidão. Meu corpo se faz nômade, caminhante de lugar nenhum, deitado sobre a tríplice fronteira. Nos braços, a areia se estendendo para além do mundo - porto que já não sabe das âncoras -, nos pés as ondas de um oceano raso - lençol de sereias - e no rosto o vento salgado que espalha estrelas junto com os pingos da chuva que inaugura a noite. De repente, ficou tarde demais. O escuro tem mil tons de azul que não deixam ver as marcas escritas por meus pés no espelho d’água. Aqui, a terra acaba. Somente o horizonte tem razão, quando quer entender como a paisagem se escreve por quem a vê. Na hora de voltar para casa, estou branco de espuma quarada em quintal de lua. O mar já não faz barulhos para quem conhece as ondas por dentro. Apenas escuto uma canção longínqua anunciando, quem sabe, lágrimas de saudade satisfeita ou a impossibilidade de voltar atrás. Sinto no peito a concha do coração me contando em sua língua de búzio sobre a vigília muda que me acompanha por todos os lugares. Agradeço numa reza em forma de mergulho: peixe que não entende o dialeto da rede.

22/12/2007

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Abandono

na sala vazia
a presença do espelho

atmosfera estagnada
que abre os olhos

para um mundo
onde o passado
persiste

único
e real

terça-feira, 6 de maio de 2008

Ani...




my i.q. (ani difranco)




when i was four years old
they tried to test my i.q.
they showed me a picture
of 3 oranges and a pear
they said,
which one is different?
it does not belong
they taught me different is wrong
but when i was 13 years old
i woke up one morning
thighs covered in blood
like a war
like a warning
that i live in a breakable takeable body
an ever increasingly valuable body
that a woman had come in the night to replace me
deface me
see,
my body is borrowed
yeah, i got it on loan
for the time in between my mom and some maggots
i don't need anyone to hold me
i can hold my own
i got highways for stretchmarks
see where i've grown
i sing sometimes
like my life is at stake
'cause you're only as loud
as the noises you make
i'm learning to laugh as hard
as i can listen
'cause silence
is violence
in women and poor people
if more people were screaming then i could relax
but a good brain ain't diddley
if you don't have the facts
we live in a breakable takeable world
an ever available possible world
and we can make music
like we can make do
genius is in a back beat
backseat to nothing if you're dancing
especially something stupid
like i.q.
for every lie i unlearn
i learn something new
i sing sometimes for the war that i fight
'cause every tool is a weapon -
if you hold it right.


domingo, 4 de maio de 2008

o nomadismo e a terra da memória

(foto de Xavier Cantat)

teatro de gestos. a palavra pronunciada pelo movimento. e pela música. voz de corpos que contam histórias. contos de um mar distante. casa de oceano, barcos e vento. depois, o sertão de desterro e desencontro.

andar em círculos é saber que não se abandona o umbigo. e que solidão compartilhada é matéria de vida.

[compagnie dos à deux - théâtre gestuel. espetáculo 'saudade em terras d'água']