sábado, 30 de abril de 2011

mortos e vivos

.







foi neste lugar da foto (Vale do Paty, Chapada Diamantina, coração da Bahia) que recebi, no primeiro dia de 2011, uma indicação preciosa de leitura.

a conversa girava em torno de como morte e vida muitas vezes significam precisamente a mesma coisa. lá pelas tantas, minha recém-amiga citou um artigo do antropólogo Márcio Goldman cujo título me chamou atenção. anotei mentalmente e encontrei o artigo assim que cheguei de viagem, mas só hoje finalmente li o texto.

entre as várias coisas que aprendi com as palavras de Goldman, destaco uma (a frase não é dele, é apenas uma síntese muito minha do que li):

o pleno exercício de uma profissão apenas acontece quando a prática é um permanente questionamento da própria razão de ser do ofício realizado.


obrigado, Carmen...



.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

postal peruano

.




Machu Picchu, Junho de 2008 (foto feita pela querida Gláucia, companheira de viagens)



tempo de limpar gavetas, arrumar estantes e fazer aquelas coisas que sempre ficam para depois na correria cotidiana, entre elas, reencontrar memórias.

esse passo me fez tropeçar em algumas anotações feitas durante uma viagem ao Peru. as primeiras linhas me fizeram lembrar de uma tarde chuvosa em Lima, do rosto simpático do poeta Hildebrando Pérez Grande e de seu infinito conhecimento sobre a cultura de seu povo:

"para os Incas, a vida era dividida em três planos - chão, montanha e céu - representados por três animais - serpente, puma e condor"

mais à frente, um comentário dele sobre a formação étnica do país (ou a minha visão desse comentário: a memória me impede de ter certeza):

"Incas, espanhóis, africanos e asiáticos. a riqueza cultural é grande e variada, mas não houve mistura como no Brasil. cada cultura permanece isolada até hoje, como as ilhas flutuantes do lago Titicaca"

achei a comparação bonita. e tive vontade de conhecer o lago Titicaca. ainda tenho.




.


sábado, 16 de abril de 2011

poema

.




VOZ


Orelha, ouvido, labirinto:
perdida em mim a voz de outro ecoa.
Minto:
perversamente sou-a.


Antonio Cicero




.