acabei de assistir ao filme Pan Cinema Permanente, de Carlos Nader, sobre o poeta-provocador, personagem-performático Waly Salomão, Sailormoon, Marujeiro da Lua...
de tudo que vi, um poema marcou meus ouvidos, o mesmo que dá título ao filme. reproduzo-o abaixo em vez de comentar qualquer coisa.
PAN CINEMA PERMANENTE
para Carlos Nader
Não suba o sapateiro além da sandália - legisla a máxima latina. Então que o sapateiro desça até a sola quando a sola se torna uma tela Onde se exibe e se cola a vida do asfalto embaixo e em volta.
já falei por aqui da cantautora americana Anaïs Mitchell. ela finalmente lançou em disco a trilha sonora do espetáculo Hadestown, uma "folk opera" que (como o título já indica) reconta a história mitológica de Orfeu e Eurídice.
as canções de Anaïs são ótimas, simples e certeiras, inteligentes e fáceis de cantarolar. além disso, sua versão do mito é bem interessante.
destaque para a participação especial da mui querida Ani DiFranco como Perséfone.
dia 01/12 tem debate no espaço pasárgada, na legendária casa do avô de manuel bandeira, ali na rua da união.
pelo que entendi, teremos três temas principais: cinema, educação e corpo, ligados pela questão "transformadora".
coube a mim falar sobre o corpo. tema um tanto amplo para um debate assim. mas achei que o nome do evento já me dava uma dica de que a coisa não seria fácil... enfim, aceitei o convite e espero poder dar uma pincelada em alguns tópicos que me interessam.
agora percebo que não fiz uma pergunta básica aos organizadores do evento: que corpo é este? pois é, acho que vou ter que fazer esta pergunta ao público que aparecer lá na casa do avô de manuel bandeira no dia primeiro...
algumas das primeiras fotos feitas com minha lomo oktomat. a qualidade da impressão está péssima, mas achei que as falhas e manchas deram um charme a mais às imagens.
metade das fotos me deixou satisfeito e a outra metade me fez entender que ainda preciso de prática com essa máquina... mas este primeiro rolo de filme foi experiência pura, sem nenhuma preparação prévia. já descobri alguns truques que funcionam bem, mas o aprendizado continua.
MERCADO EUFRÁSIO BARBOSA | OLINDA | de 14 a 25 de outubro | de quinta a segunda, às 20h
“Travessia” é a segunda parte de uma Trilogia em dança intitulada Uma história duas ou três. Nesta Trilogia, o Grupo Grial de Dança empreende uma incursão pelo universo mágico e poético da Literatura de cordel e de tradição oral decorada – romances, pelejas e cantigas – para reinterpretá-lo a partir do vocabulário da dança contemporânea.
“Travessia” é um mergulho festivo na caminhada milenar da contação de histórias. No desejo de reforçar os elos que nos ligam às origens mais remotas da cultura brasileira, o Grial parte da “contação” inicial representada pelas pinturas e insculturas das nossas itaquatiaras (principalmente da Pedra do Ingá, no agreste paraibano), até chegar às versões mais recentes de histórias transmitidas pela oralidade e cuja autoria inicial se perdeu no tempo. Histórias que formam a nervura central da nossa personalidade criadora, cujos fios se estendem através das gerações e são ludicamente tecidos pelo Grial, que procura, por sua vez, encontrar novas possibilidades de contá-las, mantendo acesa a chama dessa tradição.
“Travessia” é ainda uma Celebração aos grandes contadores de histórias do nosso tempo, e que aos poucos vão se encantando, na maioria das vezes sem deixar herdeiros que dêem continuidade ao seu legado artístico. É, sobretudo, uma especialíssima homenagem à memória de D. Militana, uma vez que a idéia desse espetáculo nasceu quando a escutamos cantar os seus romances. O Grial deseja celebrar a sua arte e agradecer a sua herança.
Duração: 50 minutos Classificação Etária: livre Entrada Gratuita com limite de vagas.
FICHA TÉCNICA Concepção e Coreografia: Maria Paula Costa Rêgo Direção de Arte e Cenário: Dantas Suassuna Consultoria Artística: Conrado Falbo e Eric Valença Intérpretes: Aldene Ferreira, Dayse Marques, Emerson Dias, Fábio Soares, Iara Campos, Iara Sales, Joab Jó. Cantadeira: Nice Teles Figurino: Andrea Monteiro Trilha Sonora: Publius Lentulus e Claudio Rabeca Desenho de Luz: Luciana Raposo Preparação Corporal: Fred Santos (Ioga), Victor Monteiro (RPG e Pitates) e Conrado Falbo (voz) Produção Executiva: Carla Carvalho Direção Técnica: Almir Negreiros Identidade Visual: Grupo Paés Fotos: Marcelo Lyra Assessoria de Imprensa: Flora Noberto Incentivo: Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna 2009 Realização: Grupo Grial de Dança
lembro perfeitamente da primeira vez que ouvi esta peça, há pelo menos 12 anos, com o título de 'song for badi', no disco rhythms, de badi assad. na época, o estudo do violão erudito era de longe a atividade a que eu mais me dedicava. o que me impressionou na peça foi a absoluta impossibilidade de ouví-la sem guardar total silêncio e concentração. parece óbvio dizer que toda música foi feita para ser ouvida com atenção, mas esta frase é cada vez menos verdadeira, tanto pela qualidade da música massificada que vem sendo produzida quanto pela nossa parca capacidade de concentração. algumas peças nos ganham no grito, seja pelo vigor da melodia ou pela urgência do estilo. esta aqui não. trata-se da mais pura delicadeza, facilmente perdida na selva dos ruídos contemporâneos. é bom que se diga que o disco de badi assad através do qual conheci a peça foi gravado com técnicas especiais que preservam a qualidade do som original (entre elas o uso de apenas um microfone, cuidadosamente posicionado em relação ao instrumentista). um dos resultados disso era um volume do som consideravelmente mais baixo que o dos discos gravados por meio de processos convencionais - eu precisava aumentar o volume de meu aparelho de som até a potência máxima. costumava escutar esta peça de madrugada, quando minha casa (e o resto do mundo) estava em silêncio. era uma forma de prestar homenagem a toda delicadeza que envolvia aquela música.
aqui está a peça executada pelo seu compositor , kevin callahan, e com o nome de 'the riverbed', integrando a suíte 'three river moments'.
a qualidade do som não é lá essas coisas, mas fica o registro.
quando minha velha amiga yashica quebrou definitivamente, eu deixei de tirar fotos... um pouco depois disso começou a febre das câmeras digitais. mas nunca me animei para comprar uma dessas. pra mim não tem graça tirar fotos que ninguém revela e que ficam perdidas no limbo informático. minha saudade das câmeras analógicas nunca foi remediada... até agora!
esta belezinha vermelha é minha mais nova amiga e estamos nos divertindo horrores juntos. pela primeira vez em muitos anos comprei filme fotográfico, carreguei a câmera e estou tirando várias fotos que eu não poderei ver até revelar o filme! como eu adoro essa expectativa!
nunca tive uma câmera multi-lentes, o que deixa a espera ainda melhor: todas as fotos que eu tiro são testes e só posso saber o resultado deles quando acabar o filme e chegar a hora da revelação.
comprei filme de 36 poses, então vai demorar um pouco até a "hora da revelação" chegar.
acho que o filme que mais marcou a minha infância foi "labirinto - a magia do tempo" (labyrinth, jim henson, 1986).
assisti não sei quantas vezes e sempre tinha vontade de ver de novo. adorava a história e o modo como era contada. meu personagem preferido era ludo, o monstro amigo.
ontem revi o filme numa edição de aniversário (20 anos !!!), dvd duplo com filme remasterizado e muitos extras. relembrei muita coisa: jennifer connelly (bem criança) e david bowie (por demais canastrão) nos papeis principais, os (d)efeitos especiais super avançados pra época, e as ótimas canções que bowie cantava no melhor estilo pop dos anos 80 (com muito sintetizador e bateria eletrônica).
O livro ouvir, que reune alguns dos meus poemas, será lançado na próxima sexta-feira, dentro dos eventos do Festival Recifense de Literatura. Ouvir vem ao mundo através do selo Moinhos de Vento, do querido casal de poetas Fábio Andrade e Júlia Larré [Aproveito para agradecê-los por terem me convidado para participar desta inciativa]
O projeto editorial é quase artesanal: tão simples quanto simpático. As tiragens são pequenas, mas o carinho com que os livros são confeccionados não está refletido no preço de venda (bem acessível!)
conheci a música de cat stevens escutando os vinis do meu pai.
este aqui eu ouvia demais. gostava de wild world e father and son, mas minhas preferidas eram as canções menos badaladas... lembro que gostava demais da canção-título... era curtinha, quase uma vinheta. só depois que aprendi inglês entendi que a capa do disco era uma ilustração para ela: todos os personagens que aparecem na letra estão no desenho (inclusive 'the woman who makes the rain come' lá no fundo).
(capa do antológico teaser and the firecat)
deste outro eu também gostava... das músicas e do desenho da capa.
quando redescobri a música de cat stevens, alguns anos atrás, soube que ele tinha se convertido ao islamismo, mudado de nome, e que não queria mais saber de suas antigas composições...