a vida do rio acontece apenas no ato de fluir. em suas águas, leva um universo indistinto que mistura passados e presentes, saudades e presenças, durações e intermitências...
as garças que redesenham contornos nas margens não imaginam que o silêncio ambiente está grávido de vozes tão velhas quanto o próprio mundo. quando chove, e as gotas órfãs de céu procuram abrigo na correnteza, parece que tudo fica suspenso. todo fio de pensamento é pequeno na frente de tanto infinito.
agora a paisagem já se veste de luzes e azuis. nuvens mansas navegam acima da linha do olhar. voltam para dentro da minha cabeça os barulhos prosaicos de sempre. é hora.
mas uma nova leveza nasceu. sinto que caminha por minhas entranhas. rarefeita. transparente. quase imperceptível. e, sem dúvida, líquida.
sábado, 26 de janeiro de 2008
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