quando acaba o idílio, só nos resta recorrer à maturidade.
acendeu-se a luz. acabou-se a música.
não existem mapas para orientar os náufragos do sentido. náugrafos da palavra velha, puída pelo uso. a frase desbotada. mantra que já não funciona. esgotou-se na repetição.
sempre que a borboleta bate asas, cai morta uma tentativa desajeitada de alegria. o ser humano tem dificuldade em resistir à realidade. quando cai a máscara do sonho, parece mais fácil criar fantasmas que encarar o espelho.
como nos amedronta o silêncio. a ponto de nos provocar o grito que não deixa ouvir as ondas quebrando mansas na praia deserta. construindo palavras, sílaba por sílaba:
dentro de você, o ôco - vazio
fora de você, o eco - solidão
verdades que não queremos ouvir. verdades que alimentamos e deixamos crescer. como se fosse uma lei sem escapatória possível.
o mundo muda todo dia para quem não tem medo de juntar passado e futuro no momento-agora. fora disso, nada existe. só promessa e lembrança.
enquanto eu mantiver o hábito de escrever cartas para mim, saberei que alguém aqui dentro ainda existe enquanto projeto: motivo de impulso e busca.
04/02/08
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
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Um comentário:
E para o meu desencanto
o que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
E em cada canto, uma dor...
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