segunda-feira, 7 de julho de 2008
Marulho
domingo, 6 de julho de 2008
sem título
sábado, 5 de julho de 2008
Canção
sábado, 7 de junho de 2008
El poeta que no sabía leer
Canción tradicional peruana
(cantada por Susana Baca)
Yo no conosco la O
mas dicen que es redondita
Mi madre tan pobrecita
que a mi no me la enzeñó
Las letras se van al diablo
porque escribirlas no sé
Pero yo cuando les hablo
pero yo cuando les hablo
todas se ponen de pié
quinta-feira, 5 de junho de 2008
texto e obra
segunda-feira, 2 de junho de 2008
Mortal Loucura
Na oração, que desaterra … a terra,
Quer Deus que a quem está o cuidado … dado,
Pregue que a vida é emprestado … estado,
Mistérios mil que desenterra … enterra.
Quem não cuida de si, que é terra, … erra,
Que o alto Rei, por afamado … amado,
É quem lhe assiste ao desvelado … lado,
Da morte ao ar não desaferra, … aferra.
Quem do mundo a mortal loucura … cura,
A vontade de Deus sagrada … agrada
Firmar-lhe a vida em atadura … dura.
Ó voz zelosa, que dobrada … brada,
Já sei que a flor da formosura, … usura,
Será no fim dessa jornada … nada.
Ouça aqui.
domingo, 25 de maio de 2008
Contribución al estudio de la bruma
A Gustavo Eguren
que las ha visto
Las gaviotas nocturnas son de austeras costumbres.
Generalmente anidan en las ramas más altas
de los cierzos perdidos del invierno. Se alimentan de escarcha,
de los frutos maduros de la niebla y de las taciturnas
flores de la esperanza. Son calladas y mueren con frecuencia
víctimas de esa fiebre de incurables nostalgias
que diezma a los delfines más australes.
No tienem descendencia.
Se reproducen solas, de las plumas que pierden
las tormentas que a veces se extravían,
cuando imprudentes cruzan, sin las cartas de ruta,
por las noches polares.
Jamás hablan de amor,
desconocen la guerra, y tienen la costumbre de la duda.
Su extinción causaría daños irreparables,
pues sólo ellas conocen las fórmulas secretas
de las destilaciones del sudor de agonía,
recogido en las frentes de aquellos que murieron,
víctimas de la cólera de las grandes tormentas,
en las noches más frías.
Sudor que destilado según viejas fórmulas
que custodian severas las gaviotas nocturnas,
produce los aceites esenciales
con los que gota a gota se fabrica la bruma.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Passeio noturno
22/12/2007
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Abandono
a presença do espelho
atmosfera estagnada
que abre os olhos
para um mundo
onde o passado
persiste
único
e real
terça-feira, 6 de maio de 2008
Ani...
they tried to test my i.q.
they showed me a picture
of 3 oranges and a pear
they said,
which one is different?
it does not belong
they taught me different is wrong
but when i was 13 years old
i woke up one morning
thighs covered in blood
like a war
like a warning
that i live in a breakable takeable body
an ever increasingly valuable body
that a woman had come in the night to replace me
deface me
see,
my body is borrowed
yeah, i got it on loan
for the time in between my mom and some maggots
i don't need anyone to hold me
i can hold my own
i got highways for stretchmarks
see where i've grown
i sing sometimes
like my life is at stake
'cause you're only as loud
as the noises you make
i'm learning to laugh as hard
as i can listen
'cause silence
is violence
in women and poor people
if more people were screaming then i could relax
but a good brain ain't diddley
if you don't have the facts
we live in a breakable takeable world
an ever available possible world
and we can make music
like we can make do
genius is in a back beat
backseat to nothing if you're dancing
especially something stupid
like i.q.
for every lie i unlearn
i learn something new
i sing sometimes for the war that i fight
'cause every tool is a weapon -
if you hold it right.
domingo, 4 de maio de 2008
o nomadismo e a terra da memória
teatro de gestos. a palavra pronunciada pelo movimento. e pela música. voz de corpos que contam histórias. contos de um mar distante. casa de oceano, barcos e vento. depois, o sertão de desterro e desencontro.
andar em círculos é saber que não se abandona o umbigo. e que solidão compartilhada é matéria de vida.
[compagnie dos à deux - théâtre gestuel. espetáculo 'saudade em terras d'água']
quarta-feira, 23 de abril de 2008
poética da sobrevivência
para ver jorrar seu
sangue
repartir o pão
em santíssima
trindade:
apenas letras
imaginadas
no centro da mesa
vazia.
pronunciar o outro
para não esquecer
de si
e de que
resta a pele da voz
quando se faz
impossível
a escrita
domingo, 20 de abril de 2008
São João
na rede
enquanto a tarde
se arrasta
em mormaço
e sono
seu braço
pendurado
balança sem vontade
e arrasta um bocejo
no chão.
o menino dorme
na rede
solto num instante
que se espraia
sem vento
sem motivo
sem ninguém
que o observe:
esquecido
da vida,
ele se deixa
sonhar
quarta-feira, 16 de abril de 2008
escultura de livro
Livro é matéria-prima: para livreiros e donos de sebos, para professores/alunos/curiosos, para críticos literários, para quem compra por metro romances franceses encadernados em couro para decorar a sala. Livro é matéria-prima para quem não troca a leitura com os cinco sentidos (aquela leitura-abraço) pela tela fria do computador - que facilita muita coisa, mas não dá conta de tudo...
Mas livro de papel também é matéria-prima de escultura. Deixo aqui as palavras e uma imagem da artista inglesa Su Blackwell.

"Paper has been used for communication since its invention; either between humans or in an attempt to communicate with the spirit world. I employ this delicate, accessible medium and use irreversible, destructive processes to reflect on the precariousness of the world we inhabit and the fragility of our life, dreams and ambitions. It is the delicacy, the slight feeling of claustrophobia, as if these characters, the landscape have been trapped inside the book all this time and are now suddenly released. A number of the compositions have an urgency about them, the choices made for the cut-out people from the illustrations seem to lean towards people on their way somewhere, about to discover something, or perhaps escaping from something. And the landscapes speak of a bleak mystery, a rising, an awareness of the air"
Su Blackwell. Mais informações (e imagens) aqui.
terça-feira, 15 de abril de 2008
o sono de Deus
Para um Deus, que singular prazer.
Ser o dono de ossos, ser o dono de carnes
Ser o Senhor de um breve Nada: o homem:
Equação sinistra
Tentando parecença contigo, Executor.
O Senhor do meu canto, dizem? Sim.
Mas apenas enquanto dormes.
Enquanto dormes, eu tento meu destino.
Do teu sono
Depende meu verso minha vida minha cabeça.
Dorme, inventado imprudente menino.
Dorme. Para que o poema aconteça.
sábado, 12 de abril de 2008
maré areia, mareia
o mar como tema se desbota nas folhas do caderno. nos códigos das letras. não existem páginas aquáticas. não existem versos escritos n'água. não existe nada. apenas o cheiro de sal na brisa. já vento. violento.
os barcos cavalgam a linha do horizonte e se perdem por dentro das nuvens que tocam o teto do mar. fundo do abismo invertido de mais um afogado. mãos ao alto. sem saída. lágrimas por dentro da máscara do homem-rã que sempre chega atrasado.
peixes ao longe, voando como bailarinas. abrem-se as cortinas no cortante do arrasto. a rede descansando na areia é o fim da linha. restos de sargaço, sandálias. sentados, os pescadores contabilizam os estragos. e um cardume de crianças acena com os olhos suas vontades de mergulho.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
o horizonte móvel
José Ortega y Gasset, A Desumanização da arte.
segunda-feira, 7 de abril de 2008
velho poema
aro bobô yí
quando Iansã
partiu
deixou
o mundo
todo molhado
saí de casa
e vi
nas águas sujas
das ruas
duas cobras gêmeas
nadando
na direção
do arco-íris

domingo, 6 de abril de 2008
buraco negro
engrenagem que puxa o tempo. arranca as fibras das horas - momentos tornados farrapos - e mastiga tudo até que dentro de si haja nada. barulho de cacos de um relógio imaginário. espaço desfeito no anti-instante de mais uma revelação que não chega. as tomadas do universo alimentam o movimento morto. mecânico. retas invisíveis que se encontram no infinito. equações que comprovam paradoxos não nos levam a lugar algum. são passos no vazio. vácuo criativo embaralhando os números. tradução do silêncio em coisa artificial. ruído branco das palavras que se quebram em falta de sentido. não-galáxia onde se lêem todas as páginas do mundo impossível.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
arte e ciência
a ciência é uma irmã caçula (talvez bastarda) da arte:
Camões pediu ajuda do engenho e da arte - não da ciência.
Salomão diz que 'ciência sem consciência não é senão a ruína da alma' - a arte não"
Cesar Lattes, físico