
quando rita ribeiro lançou o disco tecnomacumba, na verdade estava celebrando um longo caminho de aproximações musicais com a cultura popular brasileira. para mim, o disco também afirmava e celebrava o fato de que o Brasil não é um país católico apostólico romano, pelo menos não é apenas isso.
agora, ouvindo pela milésima vez a versão ao vivo deste disco, percebo claramente que rita não está sozinha nessa celebração religiosa.
é bonito ouvir um coro de muitas vozes cantando junto pontos de umbanda e celebrando orixás como algo vivo e cotidiano. mostrando que, como diria o antropólogo márcio goldman, a noção de "crença" deve ser substituída pela de "experiência". nesse caso, uma experiência musical e transcendental.
fico pensando quantos brasileiros e brasileiras que se dizem católicos apostólicos romanos não cantam a plenos pulmões os pontos e saudações aos orixás nos shows que rita faz por aí... talvez o mesmo número que tem lotado os cinemas para ver os filmes sobre chico xavier...
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