domingo, 6 de abril de 2008

buraco negro

as máquinas de fazer nada não estão quebradas.
Arnaldo Antunes


engrenagem que puxa o tempo. arranca as fibras das horas - momentos tornados farrapos - e mastiga tudo até que dentro de si haja nada. barulho de cacos de um relógio imaginário. espaço desfeito no anti-instante de mais uma revelação que não chega. as tomadas do universo alimentam o movimento morto. mecânico. retas invisíveis que se encontram no infinito. equações que comprovam paradoxos não nos levam a lugar algum. são passos no vazio. vácuo criativo embaralhando os números. tradução do silêncio em coisa artificial. ruído branco das palavras que se quebram em falta de sentido. não-galáxia onde se lêem todas as páginas do mundo impossível.

Nenhum comentário: